domingo, 17 de novembro de 2013

Dirceu e Genoino não são heróis

O Brasil não precisa de heróis.
Nenhum país precisa de heróis. 
Nem José Dirceu, nem Genoino são heróis.
E tenho a certeza de que não gostam de ser tratados como tais.
Dirceu e Genoino são animais políticos.
Respiram a política.
Vivem a política.
Fizeram a sua escolha de vida muito tempo atrás.
Como todos nós, cometeram erros.
Como todos nós, não são perfeitos.
Mas acertaram mais que erraram.
Acertaram quando combateram, literalmente, a ditadura militar.
Acertaram quando ajudaram a formar o mais importante partido político de esquerda da história do Brasil.
Acertaram quando ajudaram o presidente Lula a fazer um governo que tirou milhões de pessoas da mais absoluta miséria, que resgatou não só a cidadania delas, mas a sua própria condição de seres humanos.
Acertaram quando, mais uma vez, lutaram com o que dispunham contra um tribunal de exceção, contra uma corte de fancaria, comparsa de uma ditadura midiática e de uma oligarquia que tenta, a todo custo, impedir que o Brasil se torne uma democracia moderna.

Mesmo assim, tendo vidas tão produtivas para transformar este num mundo melhor para todos, Dirceu e Genoino não devem ser chamados de heróis.
Heróis são seres extraordinários, capazes de atos além da capacidade física, intelectual e moral dos outros homens.
São, portanto, exceções.
Dirceu e Genoino são, sim, pessoas que dedicaram sua existência a um propósito, a uma causa.
Foram determinados, foram corajosos, foram persistentes.
E são essas as qualidades que devem ter aqueles que desejam construir um país que realmente acolha seus cidadãos de modo que eles possam desenvolver o melhor de si.
O Brasil não precisa de heróis.
O Brasil precisa é de gente como esses dois Josés. 



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