quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nau sem rumo


A estratégia da campanha eleitoral de José Serra neste segundo turno parece coisa de maluco.
Ao mesmo tempo em que o candidato ofende jornalistas que fazem as perguntas que não gostaria de ouvir, estimula o preconceito e a intolerância contra as minorias e, por meio de apoiadores dissemina o ódio, pouco se importando em debater as soluções para os gravíssimos problemas da capital, tenta aparecer como o "tiozão" bonzinho que tudo sabe e tudo fará em prol dos mais necessitados.
A ilustração acima é uma espécie de "santinho" preparado pela sua equipe de campanha. Além deles, há uma série de adesivos com esses e outros personagens, simpáticos, quase todos brancos. Nos dois exemplos que ilustram esta crônica as frases do verso são "Ser prefeito de São Paulo é cuidar com carinho de seus muitos filhos. Não permitir que nada roube deles a beleza da infância" e "O prefeito tem de cuidar das pessoas para que elas possam cuidar de si mesmas e melhorar de vida".
As "pílulas de otimismo" da Seleções do Reader's Digest não fariam melhor.
O jornal digital Brasil247 informou que os marqueteiros de Serra não gostaram nem um pouco da intromissão do "pastor" Malafaia na campanha e que, por isso, o candidato passou a ouvir os conselhos de marketing do colunista da revista Veja Reinaldo Azevedo, ícone da extrema-direita brasileira.
Se isso for mesmo verdade, é mais uma prova que a campanha tucana está completamente à deriva, sem saber exatamente o que fazer para diminuir a rejeição de mais de 40% do eleitorado.
Mas, convenhamos, fazer discursos para essa porção nazifascista do eleitorado não vai acrescentar um voto a Serra - é o mesmo que falar para os membros de um clube exclusivo.
Por outro lado, distribuir "santinhos" e adesivos de personagens infantis tampouco fará com que os eleitores de Haddad ou os indecisos mudem de lado.
Para que isso ocorra, Serra terá de fazer muito mais, a começar por convencer as pessoas que não usará novamente da prefeitura como trampolim para voos mais altos, e apresentar propostas factíveis para a cidade, em vez de prometer construir 25 km e 23 estações de metrô, quando todos sabem que tal prodígio não é da competência do prefeito, mas sim do governador, outro personagem que tem se mostrado de notável incompetência no que se refere à área dos transportes urbanos.

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